Nova atualização no ICO2 da B3: o que muda?

A B3 atualizou recentemente a metodologia do Índice de Carbono Eficiente (ICO2) para aumentar o número de empresas elegíveis.

Por Ambitus em 12/07/2024

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Reduzir as emissões de gases de efeito estufa (GEE) é fundamental para mitigar as mudanças climáticas e promover a sustentabilidade ambiental. Empresas que se comprometem com a redução dessas emissões ajudam a proteger o meio ambiente e se posicionam de maneira mais competitiva e responsável no mercado. A B3 atualizou recentemente a metodologia do Índice de Carbono Eficiente (ICO2) para aumentar o número de empresas elegíveis, indo além das companhias do IBrX 100 e incluindo, a partir de janeiro de 2025, ativos da carteira do Índice Brasil Amplo (IBrA B3). Essa atualização visa fortalecer a ferramenta como um guia para a eficiência na emissão de GEE e para a promoção de práticas sustentáveis.

O que é o Índice ICO2?

Criado em 2010, o Índice de Carbono Eficiente da B3 tem como objetivo fomentar discussões sobre mudanças climáticas e promover a eficiência no controle da emissão de Gases de Efeito Estufa (GEE). O ICO2 que até então media o desempenho médio das cotações de ativos da carteira do IBrX 100 reflete as variações de preços e também o impacto da distribuição de proventos das companhias emissoras.

O IBrX 100 é o Índice Brasil 100, um indicador de desempenho dos 100 ativos mais negociados e representativos do mercado. Para integrar esse índice, um ativo deve estar entre as 100 primeiras posições do Índice de Negociabilidade durante o período de vigência das três carteiras anteriores. 

No entanto, a partir de 2025, o ICO2 incluirá ativos que fazem parte da carteira do Índice Brasil Amplo (IBrA B3). O IBrA B3 é um indicador de desempenho de todos os ativos negociados no mercado da B3. Para ser incluído nesse índice, um ativo deve estar entre os 99% mais negociados durante o período de vigência das três carteiras anteriores e ter uma presença de 95% nos pregões durante o mesmo período. 

Essas mudanças visam tornar o ICO2 mais abrangente e incluir uma maior variedade de empresas comprometidas com práticas de sustentabilidade e eficiência na emissão de gases de efeito estufa (GEE).

Com a atualização, o índice agora considera dados de fontes públicas e utiliza a plataforma ESG Workspace para a coleta de informações. 

Como investir no ICO2?

Primeiramente, é necessário compreender que não é possível investir diretamente em um índice como o ICO2, pois eles são utilizados para permitir que os investidores avaliem o desempenho de empresas naquele aspecto. No caso do ICO2, o desempenho das empresas é calculado com base nos critérios ambientais de emissões de gases de efeito estufa. Dessa forma, para investir nesse índice é preciso utilizar fundos que repliquem ele, como, por exemplo, o ECOO11, um ETF (Exchange Traded Fund) gerido pela BlackRock. As cotas de ETFs são negociadas como ações e visam refletir os resultados dos índices.

Critérios da B3 para inclusão no ICO2:

As empresas devem atender a certos critérios para serem incluídas:

  • Pertencer ao Índice Brasil Amplo (IBrA B3).

  • Validar e autorizar o uso de informações de emissões de GEE na plataforma ESG Workspace.

  • Estar entre as 75% das empresas que menos emitem GEE proporcionalmente à receita e ter um Score de Gestão de Emissões de GEE superior ao seu setor.

Os ativos serão excluídos se deixarem de cumprir qualquer critério de inclusão ou forem listados em situação especial.

Inventários de Emissões de GEE

As empresas do ICO2 devem apresentar dados detalhados de seus Inventários de Emissões de GEE dentro dos prazos estabelecidos pela B3. Esses dados, referentes ao ano-base, devem seguir as diretrizes para contabilização, cálculo e relato de emissões de GEE para fins do ICO2. A elaboração e a manutenção de um inventário de emissões são essenciais para que as empresas possam compreender plenamente suas pegadas de carbono e identificar áreas críticas para redução. 

Além de atender às exigências regulatórias, os inventários permitem que as empresas monitorem e gerenciem suas emissões de forma mais eficaz, contribuindo para a transparência e a responsabilidade ambiental. Com um inventário bem estruturado, as empresas podem estabelecer metas realistas de redução de emissões, avaliar a eficácia das medidas adotadas e reportar seus progressos de maneira clara e concisa. Isso fortalece a imagem da empresa junto aos stakeholders, além de resultar em benefícios econômicos significativos, como a redução de custos operacionais a partir de práticas mais sustentáveis.

Conclusão

Ao focar na eficiência de emissões e na adoção de práticas sustentáveis, o ICO2 incentiva a transparência e a responsabilidade corporativa, além de tornar o mercado mais verde e resiliente. A inclusão de mais empresas na metodologia atualizada amplia o impacto positivo do índice, incentivando uma maior adesão a práticas que contribuem para a mitigação das mudanças climáticas. Além disso, a nova metodologia proporciona uma visão mais abrangente e detalhada das emissões, o que é crucial para a implementação de estratégias eficazes de redução de carbono.

A atualização do ICO2 pela B3 amplia a participação de empresas e também fortalece o compromisso do mercado com práticas ambientais responsáveis, refletindo uma mudança essencial para um futuro mais sustentável. 

Entretanto, é preciso estar atento aos desafios dessa nova mudança. Adotar uma cultura empresarial que valorize a sustentabilidade pode ser desafiador e complexo, pois requer investimento e inovação. As empresas precisam se adaptar as novas regras e critérios regulamentares, buscando um compromisso estratégico que faça sentido para as suas operações. Dessa forma, é necessário ter consistência nas práticas para superar esses desafios e tornar a transição efetiva. 

O software do Ambitus:

O software do Ambitus oferece uma solução abrangente para a gestão de emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE) nos escopos 1, 2 e 3. Além de permitir o mapeamento detalhado dessas emissões, ele possibilita uma gestão eficaz das emissões diretas causadas pela própria empresa; das emissões indiretas provenientes do consumo de energia; e das emissões resultantes de atividades fora do controle direto da organização.

A ferramenta é projetada para ser intuitiva e precisa, facilitando a adoção de práticas sustentáveis e garantindo a transparência das ações ambientais das empresas.

Além disso, o software seleciona e calcula corretamente as fontes da sua organização, de acordo com padrões reconhecidos internacionalmente, como o Protocolo de Kyoto, GHG Protocol e ISO 14.064. 

Com o Ambitus, sua empresa pode gerenciar de forma eficiente todas as categorias de emissões, promovendo um impacto ambiental positivo e alinhando-se aos mais altos padrões de sustentabilidade.

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Referências: 

FRABASILE, D. Entenda a nova metodologia do índice ICO2, que busca incentivar transição para economia de baixo carbono. Disponível em: <https://borainvestir.b3.com.br/tipos-de-investimentos/renda-variavel/etfs/entenda-a-nova-metodologia-do-indice-ico2-que-busca-incentivar-transicao-para-economia-de-baixo-carbono/>. Acesso em: 4 jul. 2024.

‌Em parceria com BNDES, B3 muda índice para incentivar o mercado de baixo carbono. Disponível em: <https://agenciadenoticias.bndes.gov.br/detalhe/noticia/Em-parceria-com-BNDES-B3-muda-indice-para-incentivar-o-mercado-de-baixo-carbono/>. Acesso em: 4 jul. 2024.