Riscos de ignorar a materialidade da sua cadeia de valor

Quando abordamos a sustentabilidade, um dos temas mais necessários é a análise de materialidade. Basicamente, a materialidade consiste em identificar os temas mais relevantes para a sua empresa. 

É comum que organizações priorizem temas que possuem dados internos bem estruturados: consumo de energia, uso de água, emissão direta de GEE, geração de resíduos, etc. Claro, esses temas são importantes, mas será que são os mais materiais para o negócio?

Por exemplo, empresas de varejo com enorme rede logística frequentemente deixam de considerar os impactos das emissões indiretas na cadeia de suprimentos (Escopo 3), simplesmente porque o dado é mais difícil de acessar. Da mesma forma, companhias com alto volume de terceirização de mão de obra muitas vezes subestimam questões sociais e trabalhistas que, por ocorrerem fora da sede ou unidades produtivas, ficam "fora do radar".

Ao construir uma matriz de materialidade baseada apenas no que se consegue medir, a empresa cria uma falsa sensação de segurança. E aí que mora o risco: temas verdadeiramente críticos podem estar sendo deixados de lado, tanto em termos de impacto real quanto de exposição reputacional e regulatória.

Crises ambientais ou sociais recentes mostram como o público e os investidores estão atentos à atuação da empresa para além de seus portões. Um escândalo com fornecedor, uma denúncia de condições degradantes de trabalho ou até o aumento repentino no custo de matérias-primas devido a mudanças climáticas podem causar prejuízos significativos para empresas que ignoram esses pontos em sua avaliação de materialidade.

Muitas empresas depositam a segurança do seu negócio na ignorância, acreditam que não saberem o que acontece na sua cadeia de valor, estão protegidas de responsabilidades. Preferem não saber quantos funcionários a terceirizada emprega, como funciona a jornada de trabalho, ou como os produtos são manuseados. Tudo para evitar envolvimento. Mas isso é um erro — e dos grandes.

Não conhecer os processos da sua cadeia de valor representa um risco real e pode gerar prejuízos financeiros e de reputação. Ter visibilidade sobre esses processos permite identificar falhas, otimizar recursos e prevenir crises.

Confiar que sua empresa não será afetada por problemas fora dos seus muros é apostar na sorte. E sorte não é uma estratégia.

A cadeia de valor como aliada

Entender a cadeia de valor significa mapear os impactos que sua operação causa em fornecedores, distribuidores, consumidores e até na disposição final de seus produtos. A partir desse mapeamento, é possível reconhecer riscos e também as oportunidades e isso exige ferramentas de monitoramento, diálogo com stakeholders e compromisso com a transparência.

Como começar 

1. Atualizar periodicamente a análise de materialidade, alinhando com contextos globais (ex: mudanças climáticas, novas leis ambientais, novas diretrizes).

2. Integrar dados de fornecedores, usando soluções para coletar e validar indicadores ESG na cadeia de suprimentos.

3. Assumir as responsabilidades do que se sabe, e investir na construção de métricas. 

Ao encarar os desafios da mensuração com seriedade, é possível tomar decisões mais inteligentes, mitigar riscos e gerar valor de forma genuína e responsável.

Solução do Ambitus

O software do Ambitus oferece uma ferramenta completa e intuitiva para auxiliar as empresas na definição de temas materiais, e realização do relatório de sustentabilidade conforme as normas do padrão GRI (Global Reporting Initiative).

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