Orgânico, carbono neutro e ecológico: o que é verdade, o que é marketing e o que realmente dá resultado?

O desafio não é adotar práticas sustentáveis e sim entender o que de fato funciona, o que é viável e o que é só discurso bonito.

Por Ambitus em 22/08/2025

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Nos últimos anos, os termos "orgânico", "regenerativo", "carbono neutro", "eco-friendly" e outros tantos adjetivos sustentáveis invadiram rótulos, feiras, redes sociais e discursos corporativos. Em muitos casos, isso reflete uma real transformação. Mas em outros, é apenas greenwashing.

No setor agro, industrial e até no varejo, o desafio é separar o que é prática com base técnica e resultados mensuráveis, daquilo que soa bem, mas entrega pouco. Neste artigo, vamos explorar o que há por trás dessas promessas, quais são os caminhos mais sólidos para empresas e produtores, e por que dados são mais valiosos que slogans.

O que é "orgânico", afinal?

O selo de orgânico é um dos mais conhecidos pelo consumidor. Ele segue critérios bem estabelecidos, como não uso de agrotóxicos sintéticos e respeito ao solo.

A legislação brasileira exige que para serem comercializados, os produtos precisam ser certificados por entidades credenciadas no Ministério da Agricultura, dispensando das certificações excetos os produtos produzidos por agricultores familiares que fazem parte de organizações de controle social cadastradas no MAPA. 

Os Sistemas Orgânicos de Produção têm como objetivo central oferecer alimentos saudáveis e livres de contaminantes, priorizando práticas que protejam o meio ambiente e a saúde humana. Eles promovem a preservação da biodiversidade, o uso responsável de recursos naturais como solo, água e ar, e incentivam a fertilidade e equilíbrio biológico dos ecossistemas.

Bem, mas como identificar se de fato um produto é orgânico ou não?

O produto deve apresentar o selo Produto Orgânico Brasil, caso os alimentos sejam vendidos fora de supermercados como em feiras orgânicas, o consumidor pode pedir o documento que comprove o cadastramento do produtor como orgânico.

Conclusão: Excelente quando feito com rigor, beneficia a saúde, o meio ambiente e a agricultura familiar.

Carbono neutro: é mesmo possível?

A neutralidade de carbono virou objetivo de empresas e produtos. Mas neutralizar não é “zerar”. É medir o que se emite, reduzir o que for possível e compensar o restante geralmente com créditos de carbono.

Parece simples, mas exige inventário confiável, método transparente e compensações legítimas. Do contrário, vira só mais um selo.

Com a pressão do mercado e dos consumidores, muitas marcas querem parecer sustentáveis antes de serem sustentáveis. Isso cria um ambiente onde o discurso vale mais que a ação  e onde boas intenções viram promessas frágeis.

O risco? Perda de confiança, descrédito da agenda ESG e até punições legais com a evolução das regulações contra greenwashing.

Conclusão: Dá resultado quando é feito com rigor. Sem dados, vira marketing vazio.

E o que é, afinal, um produto “ecológico”?

“Ecológico” é um dos termos mais vagos e amplamente utilizados nas embalagens e propagandas. À primeira vista, remete à ideia de algo que respeita o meio ambiente, mas, na prática, não há regulamentação clara que defina o que pode ou não ser chamado assim. Por isso, é um terreno fértil para o greenwashing. Um produto que se diz ecológico pode, por exemplo, usar matéria-prima reciclada, mas ter uma cadeia de produção altamente poluente ou gerar resíduos sem controle. Sem critérios técnicos e verificação independente, esse rótulo acaba se apoiando mais na estética da sustentabilidade do que em evidências concretas. O consumidor atento precisa investigar além da palavra bonita: há certificações? Há transparência sobre o processo produtivo? Há dados de impacto?

Conclusão: Soa bem, mas sem comprovação técnica, o termo “ecológico” pode ser apenas mais uma promessa vaga.

O que realmente dá resultado?

Empresas e produtores que querem resultados reais em sustentabilidade precisam focar em três pilares:

  1. Mensuração confiável: comece com inventários de carbono, de água, de resíduos.
  2. Ação com base em dados: reduza o que pode ser reduzido com decisões baseadas em evidência.
  3. Comunicação transparente: comunique o que foi feito, o que está sendo feito e o que ainda falta. Isso gera confiança.

E, claro: usar tecnologia certa. Plataformas como o Ambitus tornam esse caminho mais acessível, confiável e simples mesmo para quem está começando.

Conclusão

Ser sustentável não é ter um rótulo bonito. É entender os impactos, tomar decisões com base em dados e gerar valor para o negócio, para o planeta e para as pessoas.

Entre promessas e práticas, o mercado já começou a diferenciar quem faz de quem fala. E nesse novo cenário, medir e agir vale mais do que qualquer selo.